No Ministério da Saúde temos buscado uma gestão austera para o melhor planejamento do gasto público e expansão dos serviços à população. Tem sido um grande desafio, mas nossos resultados após um ano de gestão mostram que estamos no caminho certo. Nós conseguimos, sem qualquer aumento de orçamento e em um cenário ainda de recuperação econômica do país, expandir o atendimento à população e ampliar serviços, promovendo um crescimento real do SUS.
Em um ano, alcançamos a marca de R$ 3,2 bilhões em eficiência econômica de recursos. O valor equivale a R$ 8,7 milhões por dia.Para alcançar esses resultados, foram revistos desperdícios, realizadas negociações de valores com os fornecedores e promovidas melhorias na execução dos diversos serviços, sem abrir mão da finalidade dos contratos, entregas e garantias.
Grande parte dessa economia se deve a uma melhor gestão dos contratos. Por exemplo, neste primeiro ano, conseguimos a economia de R$ 1,9 bilhão na negociação de contratos de medicamentos, de R$ 410 milhões na redução de contratos de informática mantendo o escopo dos projetos, e de R$ 67 milhões em revisão de contratos administrativos.
Esses recursos foram totalmente revertidos para o atendimento da população. E, com isso, passamos a financiar mais 5.959 serviços em todo o país, habilitamos para receberem custeio mais 126 Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) que não tinha apoio do governo federal e renovamos a frota do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (SAMU 192) com 340 ambulâncias.
Também aumentamos a oferta de medicamentos e insumos para a saúde. Incorporamos reagentes do teste que identifica a febre chikungunya e a dengue, ambas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Passamos também a utilizar o melhor e mais moderno tratamento para AIDS no mundo sem ampliar os custos, pois obtivemos 70% de desconto na compra do medicamento Dolutegravir. Todos esses resultados nos mostram que é sim possível fazer “mais com o mesmo”.
A partir da economia com a negociação de contratos de medicamentos também conseguimos adquirir cinco milhões de doses a mais da Vacina dTpa, que protege conta difteria, tétano e coqueluche em gestantes para os próximos dois anos. Na compra do medicamento Raltegravir 100mg para tratamento pediátrico, reduzimos o custo de compra em 45% e aumentamos em mais de dez vezes a quantidade do medicamento para este ano.
Conseguimos ainda comprar cada unidade do medicamento Sofosbuvir, usado no tratamento de Hepatite C, por um valor 31% menor do praticado anteriormente. Assim, com o mesmo valor gasto em 2015 para tratar 24 mil pacientes, será possível atender 35 mil pacientes.
Há ainda um esforço para informatizar o SUS. Ter todas as informações disponíveis é fundamental para o uso eficiente dos recursos. Está em andamento a instalação do Prontuário Eletrônico na Atenção Básica, a construção de uma fila única nacional para cirurgias e exames que deve ajudar a diminuir à espera das pessoas que aguardam por cirurgia e, também, foi criada uma base nacional de informações para controle de medicamentos (Hórus), que estará vigente ainda neste ano.
O sucesso desta missão, contudo, só tem sido possível por meio de uma ampla parceria com os gestores estaduais e municipais. Desde maio de 2016, quando assumi o Ministério da Saúde, realizei reuniões com cerca de 800 prefeitos e gestores estaduais e municipais do SUS, buscando conhecer as demandas e necessidades de cada região. A integração entre gestões federal, estaduais e municipais é imprescindível para garantir o planejamento e financiamento adequado do SUS, com eficiência e sem desperdícios.
Estou certo que esses resultados se multiplicarão nos próximos meses, quando estaremos ainda mais próximos de transformar a integralidade do recurso público disponível em bem estar para a população brasileira.
*Ricardo Barros, 57 anos, é ministro da Saúde do Brasil.